domingo, 7 de setembro de 2008

PERMACULTURA URBANA


A idéia deste blog surgiu de uma conversa com amigos, sobre a necessidade de cada um fazer alguma coisa pelo futuro da humanidade, já que quem tem esse poder em grande escala não está fazendo a sua parte. Acho para isso temos que atuar em todos os níveis em que pudermos: nossos resíduos (post sobre óleo de cozinha e pilhas), nosso consumo (sacolas plásticas) e também nossa produção (permacultura). Ahh... Vi um vídeo onde Annie Leonard explica sobre a diferença entre isto ser linear ou um ciclo, mas isso é papo para outro post.

Plantação de rúcula e cidró na minha sacada.



ENTENDA O PROBLEMA


Nos anos 60 o movimento hippie já alertava para os problemas e apresentava soluções: plantio de subsistência. Em 1972, um estudo do Clube de Roma apontou, pela primeira vez, “Os limites do crescimento”, ascendendo um alerta para o atual vertiginoso aumento da destruição das florestas, da degradação ambiental e da poluição , gerando o aquecimento do planeta pelas emissões de gases causadores do efeito estufa.

Além da questão ambiental, o aspecto da saúde pessoal é outra alavanca para o crescimento da permacultura. A quantidade de agrotóxicos utilizada na agricultura comercial com toda sua cadeia ecológica negativa, tem a prejudicial atuação desta química no organismo humano como aspecto motivador individual para a busca de soluções alternativas. As incertezas vindas dos trangênicos nos tornam cobaias, o que, sinceramente, não é uma sensação muito boa. Com a pretensão de apresentar soluções para estes problemas e outros, como a segurança alimentar, gerenciamento da água e do lixo, a energia, os transportes e o uso da terra surge permacultura urbana como espelho individual das fazendas e cooperativas baseadas exclusivamente no plantio orgânico. Ressalto que neste post não pretendo falar sobre tudo que a "flor da permacultura" abrange, nem tão pouco conseguirei detalhar seus aspectos.



TOME UMA ATITUDE

O melhor começo é deixar a casa em ordem, pensando no que entra (como podemos reduzir ou aproveitar melhor?) e no que sai dela (como podemos reciclar, reutilizar ou reduzir?). Alerto que como entradas, além do óbvio como água, comida, embalagens e produtos químicos, temos que considerar outros aspectos como a energia e até as pessoas. Do mesmo modo, na sáida é importante prestarmos atenção na energia desperdiçada e no calor, tanto quanto nos produtos não degradáveis, águas, restos de comida e outros dejetos. O princípio de zoneamento, com anéis concêntricos onde o que é mais utilizado ou precisa de mais atenção fica no centro, mesmo quando aplicado em apartamentos, ajuda no melhor aproveitamento da luz e, com um planejamento adequado, permite maior conservação de calor ou, dependendo da região/época, facilita a refrigeração. Coisas simples, como uma mesa perto de uma janela, os objetos mais utilizados disponíveis na peça mais frequentada ou mais de um interruptor para a mesma lâmpada posicionados estrategicamente contribuem para um adequado aproveitamento da energia que entra e até mesmo a diminuição de sua necessidade.

Em junho deste ano começa e vigorar o selo PROCEL para edificações. Isto mesmo, aquele selo que estamos acostumados a ver em geladeiras, lavadoras e outros equipamentos terá uma classificação para as construções, com etiquetas onde A vai significar a melhor nota obtida conforme três aspectos: envoltório, como suas aberturas (iluminação e refrigeração), iluminação (tipo de luminárias, aproveitamento da luz natural, etc.) e condicionamento de ar (selo PROCEL dos aparelhos, métodos alternativos, etc.).


Outro bom exemplo é o uso de plantas para purificar o ar. Cientistas da NASA especificaram o que qualquer jardineiro já sabia: duas plantas de sombra em vasos de 35 a 40 cm podem limpar o ar em um espaço de 10m quadrados. Para ajudar e colando a australiana radicada no Brasil, Lucia Legan (
Soluções Sustentáveis, Ed. Mais Calango, 2008), listo algumas plantas recomendadas: Areca palma (
Chrysalidocarpus lutescens), Coqueiro-de-vênus (Dracaena fragrans), Lirio-da-paz (Spathiphyllum sp.), Jibóia (Scindapsus aureus), Gérgera (Gerbera jamesonii), Imbé (Philodendron erubescens) e Singônio (Synogonium podophullum).

Mais um princípio importante é a sustentabilidade na alimentação. Cultivar a própria comida, ter uma pequena horta, nem que seja em vasos ou floreiras pode significar a diminuição da ida ao supermercado, sendo que por trás disso está economia de combustível e menos poluição no ar (nossa e do transporte necessário para que o produto chegue até o mercado), menos sacolas plásticas (mas só para quem não leu o post sobre isso, né?!) e menos agrotóxicos na natureza. Até vasos em sacadas ou telhados já
servem. Verificar na matriz material/resistência/peso/durabilidade/tipo x terracota/concreto/plástico/madeira/metal/vidro/fibra a combinação que mais convém é um dos passos. Montar bem o solo de um vaso é outro aspecto importante: cascalho no fundo, seguido de solo e areia livre de pragas, húmus e compostos para evitar a compactação e fibras de casca de coco para preservar a umidade.

Segundo Felder Rushing, horticultor e apresentador do programa semanal americano sobre jardinagem The Gestalt Gardener, na rádio pública do Mississipi, "
as pessoas tendem a iniciar projetos maiores do que podem concluir". O certo, ele recomenda, é começar de maneira modesta, com um vaso ou dois. "Vá ampliando de acordo com aquilo que lhe for confortável, à medida que seu conhecimento cresce". Depois escolha o vegetal mais adequado, como maçã, frutas cítricas, tomate, beringela, rúcula, pimentão, manjericão, louro, sálvia, tomilho, coentro, orégano, etc, lembrando sempre que cada um tem suas necessidades de água, solo e iluminação (o manjericão, por exemplo, necessita ser aguado constantemente).

Já que falamos nisso, a maneira como esta horta será mantida, isto é, aproveitamento de água e composteiras para adubagem, são os seguintes.ítens do
check-list desta empreitada. Sabe aquela água onde cozinhamos as espigas de milho? Ou aquela que usamos para fazer umas cenourinhas no bafo? São ideais para regar nosso canteiro. Composteiras feitas num balde plástico de 40l com tampa e com uns 15 furos na base para uma bandeja onde a água em excesso vai escorrer (já aproveitamos esta água para regar as plantas), com camadas de intercaladas (de baixo para cima) de material seco (palhas, folhas secas, cascas de coco e até papel não brilhoso e sem tinta colorida) e material úmido (restos de cozinha), permeadas por um pouco de terra (retirada da base de uma árvore saudável), geralmente são suficientes para abastecer os vasos com os nutrientes necessários, além de permitir um melhor aproveitamento do que entra com menor quantidade do que sai (oba! voltamos pro primeiro parágrafo deste item!). Após encher um balde começamos o segundo e quanto este estiver cheio, provavelmente o primeiro estará pronto para ser usado (e assim sucessivamente).

Ao plantarmos o que consumimos e ao utilizarmos os restos deste consumo para adubar/regar o que plantamos estamos realizando na prática o ciclo da economia de materias com a menor pegada ecológica possível (desculpem, já estou entrando no assunto do próximo
post novamente...)



MAIS DO MESMO

Felder Rushing -
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3676947-EI238,00.html
Greenpeace, arroz trangênico - http://www.greenpeace.org/brasil/transgenicos/noticias/ctnbio-adia-vota-o-de-arroz-d
Pegada Ecológica, teste a sua - http://www.pegadaecologica.org.br/
Permacultura no Brasil - http://www.permacultura.org.br
Loja Verde, para compra do livro da Lucia Legan - http://loja.tray.com.br/loja/loja.php?loja=105206

VAMOS CONDENAR AS SACOLAS PLÁSTICAS?

Segundo estimativas, o consumo do País está em 210 mil toneladas de plástico filme por ano, a matéria-prima dos sacos, que representariam 10% do lixo total do País.


*Fotografia de Chris Jordan

ENTENDA O PROBLEMA

Esses sacos não são biodegradáveis e levam séculos para se decompor na natureza. Eles são feitos de cadeias moleculares inquebráveis, e no caso específico das sacolas de supermercado, a matéria-prima é o plástico-filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD). Abandonados em vazadouros, esses sacos plásticos impedem a passagem da água, causando entupimento da drenagem urbana e dos rios e córregos, retardando a decomposição dos materiais biodegradáveis e dificultando a compactação dos detritos, conforme André Trigueiro, pós-graduado em meio ambiente, jornalista, redator e apresentador de jornal da TV Globo. Acrescentamos aí contribuíção para a formação de zonas mortas de até 70 mil quilômetros quadrados no fundo dos oceanos e para a morte de milhares de aves, mamíferos, peixes e outros animais que confundem as sacolas plásticas com alimento.
Uma opção que está surgindo são sacolas plásticas oxibiodegradáveis, que, segundo o deputado estadual Sebastião Almeida (SP), aceleram a decomposição do material numa velocidade até cem vezes maior. Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente de São Paulo, a tecnologia que produz essas sacolas contamina o meio ambiente ‘de forma agressiva, em razão dos catalisadores empregados, derivados de metais pesados como níquel, cobalto e manganês’; e as partículas produzidas no processo de decomposição, quando atacadas ‘pela ação de microorganismos, irão liberar, além de gases do efeito estufa, como CO2 e metano, metais pesados e outros compostos inexistentes no plástico comum; pigmentos de tintas, utilizados nos rótulos, também se misturarão ao solo’. Já os fabricantes das sacolas usadas atualmente acrescentam que as partículas do plástico fragmentado ‘infiltram-se no solo e contaminam lençóis freáticos’. Segundo eles, há outros plásticos que poderiam ser utilizados em substituição aos atuais sacos - mas são mais caros. O laboratório de bioquímica da UFSC desenvolve bactérias, dentro de suco de abacaxi, que produzem polímeros utilizados para fazer um filme biodegradável, que leva 6 semanas para se decompor, mas sua produção ainda é 5x mais cara.
Sebastião Almeida retruca que o argumento da liberação de gases não pode ser invocado, já que o plástico comum, derivado do petróleo, também se decompõe em moléculas de carbono e hidrogênio no solo. E que o preço mais alto dos oxibiodegradáveis é compensado por suas vantagens, já que eles economizam aterro.


TOME UMA ATITUDE

Silveira publicou no blog Eu podia tá matando, que "lentamente um levante de ideias e ações em todo o planeta faz estremecer esse império plástico e já podemos vislumbrar um mundo livre do uso indiscriminado de sacos plásticos". No Brasil, uma nova campanha do MMA vai incentivar os brasileiros a praticar o consumo sustentável e reduzir o uso de sacolinhas plásticas e outras embalagens. A campanha Consumo Consciente de Embalagens, terá início dentro de um mês, com o slogan: “A escolha é sua, o planeta é nosso”. Um dos focos da campanha será a substituição de sacolinhas plásticas, usadas principalmente nos supermercados, por sacolas retornáveis, ou seja, reutilizáveis (tecido, Nylon, etc). O lançamento da campanha ocorrerá na Semana do Consumidor, entre os dias 10 e 15 de março, durante a “Exposição de Boas Práticas e Embalagens” no shopping Pátio Brasil, em Brasília. “Estão previstas amostras de novas práticas e inovações. Vamos mostrar que o consumidor tem opções, e que o mercado já oferece alternativas. O consumidor tem que saber que ele pode exigir isso das indústrias.” No Natal passado o Brasília Shopping decidiu dar um presente ao meio ambiente. Preocupado com o uso indiscriminado do plástico, que agride a natureza, o shopping lançou, no dia 10 de novembro, o “Natal com Atitude”, uma campanha para incentivar o uso de sacolas ecológicas – conhecidas mundialmente como eco bags. Bem que o Coelhinho da Páscoa podia entrar nessa também!
Tente encontrar o seu modo de "condenar" as sacolas plásticas. Não precisamos delas pra carregar tudo que compramos. Farmácias, vídeo-locadoras, bancas de revistas e outros estabelecimentos não precisariam enfiar em uma sacola plástica qualquer coisa após pagarmos, pois vários de seus produtos caberiam nos bolsos, na pochete, na bolsa, na mochila ou mesmo nas nossas próprias mãos!
Substituir sacolas plásticas pelo carrinho de supermercado do condomínio, por caixas de papelão, por sacolas de pano ou por aquela mochila que seu filho abandonou no final do ano escolar são opções ao alcance de qualquer um.
Mas para incentivar as habilidades manuais e dotes artísticos dos meus leitores, segue passo-a-passo para confecção de produtos com crochê utilizando sacolas plásticas:
O que você precisa: • sacolas plásticas • agulhas de crochê • tesoura • creme hidratante Etapas:1. Recorte as alças e o fundo da sacola. 2. Estique a sacola, desfazendo as dobras laterais. 3. Dobre uma das laterais até o centro da sacola. Dobre novamente na mesma medida. Restará uma parte sem dobrar. 4. Recorte uma tira da sacola, iniciando na parte dobrada, ultrapassando a parte sem dobra e deixando a distância aproximada de três dedos sem recortar. Repita o processo até percorrer toda a sacola. 5. Desdobre as tiras. Na primeira tira, junto à extremidade sem corte, faça um corte em diagonal em uma das faces da sacola, formando uma ponta. 6. Está pronta a primeira ponta do fio! Estique a ponta e acompanhe o fio até a parte que ainda não está cortada. 7. Recorte esta parte unindo-a com a próxima tira para formar um fio contínuo. Repita o processo até transformar toda a sacola em um grande fio. 8. Torça o fio e ao mesmo tempo enrole-o no dedo formando um novelo. 9. Está pronto o fio! Agora coloque o creme hidratante na mão oposta à da agulha e antes de puxar o fio passe a ponta da agulha no creme para impedir que o plástico agarre. 10. Agora é só usar a técnica tradicional do crochê.


MAIS DO MESMO

O Estado de São Paulo: Washington Novaes em 10/08/2007
A Farra dos Sacos Plásticos, por André Trigueiro
Uniplac - Projedo de Educação Ambiental
Soluções em Santa Catarina
Eu podia tá matando
Agência Brasil - Campanha Consumo Consciente de Embalagens

PILHAS E BATERIAS


Segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) cerca de 1% do lixo urbano é constituído por resíduos sólidos contendo elementos tóxicos, provenientes de muitos produtos que a população joga no lixo, pois não sabe do perigo. Mas escolhi este tema por pedidos na última semana, como o da minha amiga Tatiana, já preocupada com a nova vida que carrega consigo (parabéns Tati, Rose e Regina!!).

*Foto Ramirez

ENTENDA O PROBLEMA

Em lixões e aterros sanitários, pilhas e baterias podem vazar e contaminar o lençol freático, solo, rios e alimentos, causando danos às pessoas e animais. Os metais pesados existentes em seu interior não se degradam e são extremamente nocivos à saúde e ao meio ambiente. Na natureza, uma pilha pode levar séculos para se decompor. Os metais pesados, porém, nunca se degradam. Em contato com a umidade, água, calor ou outras substâncias químicas, os componentes tóxicos vazam e contaminam tudo por onde passam: solo, água, plantas e animais. Com as chuvas, penetram no solo e chegam às águas subterrâneas, atingindo córregos e riachos. A água contaminada acaba atingindo a cadeia alimentar humana por meio da irrigação agrícola ou do consumo direto. Com alto poder de disseminação e uma capacidade surpreendente de acumular-se no corpo humano e demais organismos vivos, os quais são incapazes de metabolizá-los ou eliminá-los, metais como o chumbo podem provocar doenças neurológicas; o cádmio afeta condição motora, assim como o mercúrio. Uma pilha comum contém, geralmente, três metais pesados: zinco, chumbo e manganês, além de substâncias perigosas como o cádmio, o cloreto de amônia e o negro de acetileno. A pilha alcalina contém também o mercúrio.

Por isso, pilhas e baterias representam hoje um sério problema ambiental. São produzidas a cada ano no país cerca de 800 milhões de pilhas secas (zinco-carbono) e alcalinas. (Dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica - ABINEE). Em função disso, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) elaborou uma resolução (n° 257/99), que disciplina o descarte e o gerenciamento adequado de pilhas e baterias usadas.A resolução entrou em vigor em 22 de julho de 2000, e passou a responsabilizar fabricantes, importadores e comerciantes de pilhas e baterias pela coleta destes produtos no fim de sua vida útil. Além disso, a resolução classifica os tipos de pilhas e baterias e estabelece o limite da quantidade de mercúrio, chumbo e cádmio que as pilhas comuns podem possuir.

No início de 2007, em reunião realizada no Ministério do Meio Ambiente, a Câmara Técnica de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestões de Resíduos aprovou proposta de resolução que estabelece novos índices de mercúrio, chumbo e cádmio, deixando-os a níveis equivalentes às pilhas e baterias usadas por países da União Européia. De acordo com o texto da resolução, tanto as pilhas "comuns" - usadas em rádios e em brinquedos - quanto as baterias industriais e automotivas terão seus índices reduzidos. A resolução estabelece que os produtores de pilhas e baterias terão de apresentar um plano de gerenciamento do material. Haverá a possibilidade, por exemplo, de que as pilhas "comuns" sejam depositadas em aterros sanitários licenciados. Sobre as baterias industriais, deverão ser especificados como se dará a coleta do material. Presidente da Câmara Técnica de Saneamento e diretor-geral da Abes - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, Bertoldo Silva Costa, comemorou a aprovação da resolução. "Acho que é um grande avanço para a regulamentação e o destino deste tipo de resíduo", disse. A norma parece conservadora uma vez que os limites propostos já estão, na maioria dos casos, dentro do que os fabricantes de pilhas já alcançam a alguns anos. Outro erro grave, de acordo com pesquisadores e ambientalistas, é o presente no artigo 13º, que permite que se joguem as pilhas e baterias que atenderem aos limites previstos no artigo 6º junto ao lixo doméstico, em aterros sanitários licenciados. De acordo com o gestor ambiental Titan de Lima “A resolução tem dois erros. Primeiro: permite uma tremenda irresponsabilidade técnica, já que as pilhas e baterias, apesar de estarem sendo fabricadas com tecnologia limpa, continuam com os metais pesados altamente contaminantes ao meio ambiente e ao homem. E segundo: entra em choque com a Lei de Crimes Ambientais, número 9.605 de 1998, que torna crime o lançamento de qualquer elemento degradante ao meio ambiente”. Mesmo esta resolução sendo aprovada ou melhorada, a diretora de Gestão de Riscos Ambientais do MMA, Marília Marreco, ressalta a participação da população na coleta e reciclagem das pilhas para que, cada vez mais, diminuam as possibilidades de contaminação. "É fundamental o compromisso do consumidor". Porém, sabe-se que no Brasil não há uma cultura das pessoas lerem embalagens de produtos, manuais e bulas de remédio, o que exige melhor divulgação, como, por exemplo, propagandas em televisões e rádios. Apesar das etiquetas das embalagens abaixo, recolha todas as pilhas e baterias possíveis:

Pode jogar no lixo doméstico!


Não pode jogar no lixo doméstico!


TOME UMA ATITUDE

Os próprios fabricantes já estão nesta luta. A HP conta com um programa de devolução de baterias. A Motorola investe na reciclagem de baterias e de celulares e dá informações aos interessados em participar do programa pelos telefones 4002-1244 ou 0800-773 1244. Outra a investir na reciclagem é a Nokia, que afirma que as caixas de seus produtos contêm explicações sobre como descartar baterias e usar a rede de coleta de portáteis usados. A empresa também restringe o uso de substâncias tóxicas. Mercúrio, cádmio e chumbo foram removidos dos produtos da Sony. A Sony Ericsson conta com sistema semelhante e recolhe baterias e aparelhos em assistências ou postos de coleta. A solicitação para retirada pode ser feita no www.gmcons.com.br/baterias. Panasonic, Sony, Phillips e outras tem publicado no site do MMA listas de postos de coleta em todo o Brasil. O Papa-Pilhas, do Banco Real, estará até 2008 nos 2.050 postos de atendimento ao público mantidos pelo Banco, recebendo pilhas e baterias.

MAIS DO MESMO

LQES – Laboratório de Química do Estado Sólido / UNICAMP
Banco Real - Sustentabilidade
Ministério do Meio Ambiente - MMA – Lista de postos de recolhimento
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

ÓLEO DE COZINHA x ÁGUA


A simples atitude de não jogar o óleo de cozinha usado direto no lixo ou no ralo da pia pode contribuir para diminuir o aquecimento global. Hoje, a maioria já sabe o poder de uma gota de óleo na água.
*Foto Keidy Beranger

ENTENDA O PROBLEMA:
Por ser menos denso que a água, o óleo de cozinha forma uma película sobre a mesma, o que provoca a retenção de sólidos, entupimentos e problemas de drenagem quando colocados nas redes coletoras de esgoto. Para quem gosta de pensar em cifras, se o produto for para a rede de esgoto encarece o tratamento dos resíduos em até 45%, e o que permanece nos rios provoca a impermeabilização dos leitos e terrenos adjacentes que contribuem para a enchente. “Quem sofre com tudo isto é o contribuinte que tem que pagar mais pela conta de água e esgoto e os comerciantes e moradores das áreas afetadas pelas enchentes”, salienta o pesquisador da USP de Ribeirão Preto, Antônio Carlos Ferreira Batista. Ainda nos arroios e rios, a película formada pelo óleo de cozinha dificulta a troca de gases entre a água e a atmosfera, causando a morte de peixes e outros seres que necessitam de oxigênio. Mesmo no mar ele provoca estragos: o professor do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Alexandre D'Avignon, explica que a decomposição do óleo de cozinha emite metano na atmosfera. O metano é um dos principais gases que causam o efeito estufa, que contribui para o aquecimento da terra. Segundo ele, o óleo de cozinha que muitas vezes vai para o ralo pia acaba chegando no oceano pelas redes de esgoto. Em contato com a água do mar, esse resíduo líquido passa por reações químicas que resultam em emissão de metano. "Você acaba tendo a decomposição e a geração de metano, através de uma ação anaeróbica [sem ar] de bactérias".
TOME UMA ATITUDE:
Hoje já há empresas que recolhem este resíduo, com diversas filnalidades e algumas só para colaborarem, fazendo o papel de ligação entre os consumidores e as empresas que reciclam o óleo. O aproveitamento desse óleo se dá de diversas maneiras: é usado como gerador de energia em caldeiras, como base para a produção de ração animal ou para o desenvolvimento de biodiesel, além da já tradicional manufatura de sabão:
Material
5 litros de óleo de cozinha usado
2 litros de água
200 mililitros de amaciante
1 quilo de soda cáustica em escama
Preparo
Coloque a soda em escamas no fundo de um balde cuidadosamente
Coloque, com cuidado, a água fervendo
Mexa até diluir todas as escamas da soda
Adicione o óleo e mexa
Adicione o amaciante e mexa novamente
Jogue a mistura numa fôrma e espere secar
Corte o sabão em barras
ATENÇÃO:
A soda cáustica pode causar queimaduras na pele.
O ideal é usar luvas e utensílios de madeira ou plástico para preparar a mistura.
Por: Irene Lôbo Fonte: Agência Brasil
Para quem não tem esta disposição toda, já identifiquei aqui em Brasília algumas lojas do grupo Pão de Açúcar onde podemos entregar nosso óleo de cozinha (depois que o óleo esfriar, armazene em uma garrafa PET - àquelas de refrigerante - e tampe bem):
BRASILIA:
516 Sul SCRS 516, Bloco A - Lj. 45/46 - Asa Sul - Brasília / DF
Águas Claras Lote 2, Quadra 206 - Praça Tuim - Brasília / DF
Lago Norte SHIN, s/nº, Bloco A - Trecho 1 - Brasília / DF
Lago Sul SUIS/CI., QI.05 - Conj. F, 80 - Asa Sul - Brasília / DF
Sudoeste CCSW, 06, Lj. 4/5 - Brasília / DF
MAIS DO MESMO:
DMLU - Porto Alegre: dicas de como tratar vários tipos de resíduos.
Recicláveis.com.br: dicas de como tratar vários tipos de resíduos.
Ambiente em Foco; várias informações; muito bom!
Grupo Pão de Açúcar - óleo: dicas específicas para óleo de cozinha.
Grupo Pão de Açúcar - dicas: Indica para quais resíduos tem coletas e em que lojas.

Mudanças...

Por problemas técnicos, filosóficos, políticos, esportivos, culturais, educacionais, espirituais e mais alguns, tive que ficar longe das postagens por uns tempos e aproveitei para trocar o blog de lugar.
Esta semana vou copiar as postagens do antigo, pois acredito que com o tempo ele será desativado.
No mínimo uma vez por semana terá um novo post, dividido em três seções principais: "Entenda o problema" com explicações teóricas sobre a questão, "Tome uma atitude" indicando soluções práticas para contribuirmos com a solução e "Mais do mesmo" apontando links que me ajudaram no texto ou estão relacionados com o assunto.
Espero conseguir manter postagens regulares agora e para isso aceito colaborações.
E não esqueçam: sempre pensem num futuro melhor em tudo que fizerem!